ONS REVISA CENÁRIOS E ELABORA NOTA TÉCNICA COM INFORMAÇÕES SOBRE ATENDIMENTO ELETROENERGÉTICO ATÉ NOVEMBRO

Estudo traz resultados apresentados nas reuniões ordinárias do CMSE e da CREG em agosto

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em atendimento à solicitação do Ministério de Minas e Energia, atualizou a Nota Técnica com as informações sobre as condições de atendimento eletroenergético do Sistema Interligado Nacional (SIN) até novembro de 2021. A revisão foi necessária após ser observada uma afluência menor do que a considerada no estudo anterior, principalmente na região Sul. Os resultados deste documento foram apresentados nas reuniões ordinárias do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), realizadas em agosto, servindo de base para as decisões tomadas.

Os cenários hidrológicos adotados nas prospecções têm sido obtidos considerando as condições atuais do solo, a precipitação prevista nos 45 primeiros dias de horizonte e a utilização da precipitação verificada do ano de 2020 para o restante do período estudado. Ainda assim, como os totais de chuva previstos considerados no último estudo não se confirmaram e o volume de água observado em 2021 foi inferior àquele verificado em 2020, em especial nas bacias do Sul, as afluências ficaram abaixo daquelas consideradas na prospecção anterior. A escassez resultou na diminuição dos níveis de partida em agosto de cerca de 10 pontos percentuais abaixo daquele apresentado na Nota Técnica anterior, publicada em julho, além de se observar uma redução de cerca de 2.000 MWmed na Energia Natural Afluente do SIN, de agosto a novembro.

Seguindo o modelo aplicado anteriormente, ao elaborar a revisão do estudo o Operador traçou dois cenários. No primeiro, os principais reservatórios da bacia do rio Paraná chegam ao final do período seco, ou seja, o mês de outubro, com níveis baixos de armazenamento. Ainda considerando esta situação mais adversa, mesmo com a utilização completa dos recursos hidráulicos da região Sudeste/Centro-Oeste, com o atingimento da faixa de restrição das usinas da bacia do São Francisco, com o despacho térmico pleno e com a adoção do critério N-1 para transferência de energia do Norte/Nordeste para o Sudeste/Centro-Oeste, os recursos são insuficientes para atendimento ao mercado de energia e demandarão novas medidas no curto prazo.

Para a segunda hipótese, o atendimento energético é viabilizado a partir da incorporação de recursos adicionais, resultando em ganhos de armazenamento e eliminando possíveis déficits. Desta forma, para assegurar o atendimento energético é imprescindível o aumento da oferta em cerca de 5,5 GWmed, a partir do mês que vem até novembro.

Em adicional, neste cenário, o Operador recomendou as seguintes ações: postergação das manutenções programadas; viabilização da importação de energia da Argentina e do Uruguai; garantia da disponibilidade operativa das térmicas merchant; equacionamento das questões judiciais relacionadas às disponibilidades da oferta de cinco usinas: Goiania II, Campina Grande, Maracanaú, Palmeira de Goiás e Pernambuco III; viabilização do terceiro navio regaseificador, referente às disponibilidades das termelétricas Termoceará, Fortaleza e Vale do Açu; recomposição da capacidade de geração impactada pela manutenção da Rota 1 no mês de setembro e a viabilização da térmica GNA I.

Ainda tendo como referência o segundo cenário, o ONS indicou que a partir de setembro sejam incorporados novos recursos energéticos ao SIN. Para isso, será necessário lançar mão de geração adicional proveniente das usinas térmicas sem Custo Variável Unitário (CVU), conforme a Portaria MME 17/2021; avançar com o Programa de Resposta Voluntária da Demanda; e implementar ações de incentivo para que a população reduza de forma voluntária o seu consumo, além de adotar novas flexibilizações dos níveis mínimos nos reservatórios das hidrelétricas de Ilha Solteira e Três Irmãos, até a cota 323 metros; autorizar o uso da flexibilização dos critérios de segurança de N-2 para N-1 como recurso para atendimento energético e de potência; e adotar novas restrições temporárias de defluência nas usinas do São Francisco e na hidrelétrica de Itaipu, podendo agregar mais recursos às disponibilidades de potência.

Vale ainda destacar que o ONS está tomando todas as medidas técnicas e operacionais cabíveis para manter a continuidade do atendimento ao consumidor de energia elétrica no Brasil, mesmo considerando a sensível situação hídrica que atualmente enfrentamos, com o registro das afluências mais baixas dos últimos 91 anos no Sistema Interligado Nacional (SIN).

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