​Ons completa 20 anos

 

A trajetória do Operador conta não somente sua história, mas também as do Setor Elétrico Brasileiro e da expansão do SIN

 

O ONS completa 20 anos em agosto de 2018. Desde sua criação, podem-se destacar marcos que contam não somente sua história, mas que também representam a evolução recente do Setor Elétrico Brasileiro e a expansão do Sistema Interligado Nacional.

 

 A crise do racionamento energético em 2001, logo no início de sua operação, trouxe grandes desafios para o Operador, mas também importantes lições aprendidas que certamente contribuíram para o desenvolvimento da organização. O trabalho integrado com os Agentes desempenhou papel fundamental para que o ONS pudesse enfrentar essa difícil situação.

 

Superadas as adversidades do início de sua operação, sob a direção de Mário Santos (Diretor Geral de 1998 a 2005) o ONS foi ganhando força e confiança e estruturando-se como organização através do aperfeiçoamento de seu sistema técnico e de gestão. Em 2004, mudanças na legislação do setor resultaram na aprovação de um novo estatuto para o ONS, homologado por meio da Resolução Autorizativa nº328 da Aneel. Os ganhos oriundos do novo regimento foram a maior autonomia e independência do Operador na condução da operação do sistema e a ampliação da representatividade do setor no seu Conselho de Administração.

 

No que tange à expansão de seus limites geográficos de atuação, podem-se ressaltar três episódios na história do ONS. Em 2007, a organização, através da descontratação dos centros das empresas regionais e estaduais, assumiu integralmente o comando da rede de operação do sistema elétrico do país, exceto dos sistemas isolados. No âmbito das relações externas, no ano seguinte, o Operador obteve sua consolidação internacional ao sediar a 5ª Reunião Anual dos VLPGO (hoje, GO15) e eleger para a presidência do grupo o então diretor geral do ONS, Hermes Chipp (2005 a 2016). Com início em 2012 e conclusão em 2015, a integração dos sistemas de Manaus e Macapá ao SIN significou a inclusão de todas as capitais do país ao sistema interligado, à exceção de Boa Vista.

 

A aprovação definitiva dos Procedimentos de Rede pela Aneel em 2009 foi mais uma conquista do ONS para a consolidação da operação interligada no país. Os Procedimentos de Rede permitem que o Operador e a rede de agentes envolvidas na operação possam exercer plenamente as responsabilidades e atribuições devidamente aprovadas pelo Regulador.

 

Quanto aos desafios técnicos e avanços tecnológicos do Operador, alguns casos pedem atenção especial pela complexidade envolvida e aprendizados adquiridos. A integração ao SIN das novas usinas da região norte do país, através dos sistemas de corrente contínua do Madeira, de Belo Monte e de Teles Pires, em corrente alternada, acarretou que fossem realizados investimentos em estudos e simulação. O projeto REGER, instituído em 2001, é outro destaque em termos de aperfeiçoamento dos recursos usados na supervisão e controle da operação. O projeto REGER- fase 2 deve ser concluído e implantado até o fim de 2018.

 

Um marco institucional na trajetória do ONS foi a mudança para instalações próprias em 2013. Antes, sediados em Furnas, Chesf e Eletrosul, os centros regionais e escritórios ganharam suas próprias sedes no Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis, respectivamente. Melhores condições de trabalho, padronização, aumento da integração e fortalecimento da identidade corporativa foram alguns dos benefícios da mudança.

 

Já os eventos esportivos realizados no país nos últimos anos movimentaram não somente atletas, turistas e cidadãos brasileiros, mas também os times do ONS e dos Agentes. A Copa do Mundo em 2014 demandou uma estratégia especial para a preparação e operação do Sistema Elétrico Brasileiro antes e durante o Mundial. Com as Olimpíadas Rio 2016 não foi diferente. O Operador e os Agentes definiram uma política especial de operação para garantir o suprimento de energia elétrica ao Rio de Janeiro e às cidades que sediaram jogos de futebol, com a redução também de possibilidade de ocorrências em todo o SIN.

 

A transparência, um dos valores centrais da operação do SIN, ganha evidência com o lançamento do novo site público do ONS em agosto de 2017 pelo atual diretor geral do ONS Luiz Eduardo Barata Ferreira (2016 até o momento). Com foco no público leigo, o site disponibiliza informações em tempo real, o histórico da operação, um acervo digital, entre outros conteúdos. O estreitamento de relações com a imprensa, o principal canal de comunicação com a sociedade, é mais uma ação realizada a fim de levar a todos informações sobre o SIN. Uma nova forma de gerir as informações e dados que o ONS troca e disponibiliza para os Agentes e outros públicos especializados é o lançamento de um portal de relacionamento com os agentes previsto para dezembro de 2018. O novo ambiente possibilitará que essa troca de informações aconteça de maneira mais segura, eficaz, integrada e transparente.

 

No que diz respeito à inovação, outro valor organizacional, um marco que merece destaque é a criação, em 2017, do Plano Diretor de Desenvolvimento Tecnológico (PDDT), um portfólio de projetos tecnológicos.  Esse Plano Diretor é fruto do Seminário de Prospecção Tecnológica do ONS (SPTO), em que especialistas internacionais, nacionais e técnicos da casa apresentaram suas visões sobre os desafios das mudanças no setor elétrico mundial.

 

O esforço de aperfeiçoamento organizacional é uma permanente preocupação no ONS a fim de preparar a organização para as exigências atuais e futuras.  Recentemente, foi realizada uma reestruturação da organização para tornar o ONS mais integrado internamente e com a rede de agentes, mais ágil e com custos mais adequados. As associações ao Instituto Ethos e ao Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) são também fruto dos investimentos da organização em responsabilidade social e em uma política de integridade.

 

O foco no potencial humano da instituição é percebido através do desenvolvimento e capacitação da equipe técnica interna e de programas, como o de estímulo a transição profissional dos técnicos seniores. Esse programa almeja também a construção de um legado técnico através da gestão do conhecimento dos profissionais que tem reconhecida reputação e conhecimento acumulados pela sua história no setor, promovendo, em paralelo, a renovação da organização.

 

A revisão do Planejamento Estratégico é outra iniciativa organizacional que possibilita visão de longo prazo, desenvolvimento de indicadores de performance e foco em resultados. Garantir o suprimento de energia elétrica no país, com qualidade e equilíbrio entre segurança e custo global da operação passa a ser a nova missão do Operador.

 

Celebramos mais esse momento, em conjunto com os Agentes, a Governança do ONS e demais instituições parceiras do setor. Por fim, agradecemos a todos que fizeram parte dessa trajetória e convidamos para que a partir da integração, transparência e inovação possamos construir os próximos 20 anos.